terça-feira, 1 de maio de 2012

Os doze dias de Maio

Após ter alcançado um acordo de concertação social com a UGT, e disso se ter vangloriado por essa Europa fora, e no qual se prevê, entre outras coisas, a diminuição da indemnização por despedimento, de 30 para 20 dias por ano de trabalho, o governo decide agora, dois meses depois!, propôr que essa indemnização passe a ser agora de apenas 12 dias por ano de trabalho. Só dois meses depois...
Vítor Gaspar, que disse no Parlamento, que 2014 era o ano imediatamente a seguir a 2013, para justificar o 'lapso' do corte dos subsídios não ser apenas para os anos de 2012 e 2013, ao contrário do dito à saciedade por vários membros do governo, vem agora dizer que os subsídios só serão repostos integralmente em 2018. Ora, 2018, é o ano imediatamente a seguir a 2017, que por sua vez se segue a 2016 e vem depois de 2015, ano de eleições legislativas que poderá baralhar as contas de Gaspar, outra vez...
O 1º de Maio faz cada vez mais sentido, não só no dia de hoje, como em todos os dias do ano... Antes que se esqueça que existem trabalhadores... Nunca tantos direitos foram tão rapidamente perdidos. Direitos que custaram gerações a ser adquiridos.

Passos Coelho, vai levar a Bruxelas o Documento de Estratégia Orçamental, que é, entre outras coisas, um preparativo do Orçamento de 2013. À semelhança da nova Lei dos Compromissos para as Autarquias, este DEO, ao prevêr despesas plurianuais, uma vez que se aplica até 2016, deveria ser apresentado ao Parlamento e negociado com a oposição, pois, mesmo que se garanta que não é um novo PEC, é disso, precisamente que se trata. Até porque, este governo pode sair de cena nas legislativas de 2015, e o novo governo que possa sair dessas eleições não foi tido nem achado acerca das medidas que possa ter que cumprir em 2016. Esta política de capote é a matriz deste governo. Lembro, que em 2011, foi este argumento (do PEC 4, na altura, não ter sido apresentado e/ou negociado) que o PSD utilizou para derrubar o governo (o outro argumento foi, pasmem-se, pois claro, o excesso de austeridade!!). Apesar de esse PEC de então ter sido elogiado por toda a gente, Merkel incluída.

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