Comprei e li alguns livros de José Rodrigues Santos, confesso. Três. A escrita ligeira e fluída é fácil de ler, principalmente para quem não tem tempo. Ao estilo de Dan Brown, mas em pior. Muito pior. Porque aos inúmeros compêndios de plágios falhados a Dan Brown, consegue juntar uns toques de concorrente de big brother, se a Cristina Ferreira fosse participante e resolvesse escrever um livro aos berros. Acrescente-se uma pitada de alguma investigação sobre um tema mais ou menos polémico/interessante e temos uma mescla explosiva para um 'best seller'.
terça-feira, 8 de dezembro de 2020
E porque não com gás?
Comprei e li alguns livros de José Rodrigues Santos, confesso. Três. A escrita ligeira e fluída é fácil de ler, principalmente para quem não tem tempo. Ao estilo de Dan Brown, mas em pior. Muito pior. Porque aos inúmeros compêndios de plágios falhados a Dan Brown, consegue juntar uns toques de concorrente de big brother, se a Cristina Ferreira fosse participante e resolvesse escrever um livro aos berros. Acrescente-se uma pitada de alguma investigação sobre um tema mais ou menos polémico/interessante e temos uma mescla explosiva para um 'best seller'.
quarta-feira, 25 de novembro de 2020
Maradona
O mais genial de todos os tempos. O génio que mais me fez gostar de futebol... com quem aprendi a gostar de futebol, foi hoje sentar-se ao lado dos deuses. A fantasia e o sonho de um puto poder jogar como ele. A felicidade de o ver a dar toques numa bola. A alegria de o ver jogar com a alegria com que jogava. Tenho na memória uma infância/adolescência feliz, também por causa dele. E se me lembro! Que privilégio poder dizer que o vi jogar. Quando se perdem referências, perde-se um pouco de nós, e aquele Maradona foi um pouco de mim e de nós, os que gostam de futebol e não só. E de repente lembro-me de quem via esses jogos comigo. Do meu avô, do meu padrinho e do meu pai. Desses jogos e dessa magia. Lembro-me do Maradona, e de outros, mas sempre do Maradona. 'O futebol é a coisa mais importante dentro daquelas que menos interessam.' Arrigo Sacchi.
Dizem que ninguém ganha jogos sozinho, mas Maradona esteve perto disso. A mão de Deus seguida do golo de todos os golos. O golo do século, dos mundiais, de uma geração. O pé esquerdo de Deus.
sexta-feira, 20 de novembro de 2020
Lava mais branco
O branqueamento do fascismo está
em curso. Pior do que isso, é feito por pessoas que não são fascistas, mas que
por mero assalto ao poder ou revanchismo ideológico são capazes de normalizar
partidos como o Chega.
Há sempre um 'mas'. O que ele
disse (Ventura bem entendido), até é racista ou xenófobo, mas... será mesmo
necessário facilitar assim tanto? Semana após semana, assiste-se à legitimação
do Chega por pessoas de direita que vêm nele uma forma de revanchismo contra o
PCP e o Bloco. É por assim dizer, uma nova forma de vingança ideológica. Só que
a comparação para além de falsa, é demagógica e ofensiva para a democracia.
Quer historicamente, quer ao
nível das propostas, a comparação é disseminada por quem não pode ser honesto
intelectualmente.
Da destruição do SNS e da escola
pública, ao cerco sanitário a uma etnia, à perseguição a uma minoria religiosa,
à reversão da lei do aborto, e a tudo o que já sabemos da visão machista,
racista e reacionária que caracteriza o fascismo, até à perseguição
aos mais pobres, principalmente os beneficiários de RSI, numa visão redutora e
sectária, a castração química de pedófilos e a prisão perpétua, e outras que
tais, numa perspetiva de recuos civilizacionais como nunca antes
visto, e que qualquer partido da esquerda nunca se atreveu tão pouco, mais ou
menos, a propor.
O PSD nos Açores cruzou uma linha
vermelha. No resto do país espero que não, se bem que já sabemos onde cairá Rui
Rio se disso necessitar. Triste e perigoso porque ajuda a enfraquecer a
democracia e mina por dentro o sistema de que estes populistas se aproveitam.
sábado, 7 de novembro de 2020
B(ye)den
sexta-feira, 16 de outubro de 2020
Stayaway Covid
Também sabemos tudo o que há para saber sobre as regras aplicadas e aplicáveis.
Mas há uma coisa que não sabemos: respeitá-las e acatá-las. Para o bem comum. Criticar sabemos, obedecer nunca.
Porque tudo é fácil, mas aposto que no lugar lá onde eles estão, a infernizar-nos a vida, teríamos com certeza o bom senso e a sabedoria para aplicar medidas bem melhores. Porque nós sabemos tudo o que há para saber sobre a Covid-19. Eles, leigos, não. Ou, porventura, não aplicar nenhuma e dizer à populaça que isto mais não é do que uma gripezinha.
Quanto à mais recente polémica da aplicação 'stayaway covid', mais uma vez a informação, ou neste caso, a falta dela, tem dominado as discussões facebookianas e não só dos peritos em epidemiologia.
Mas vamos por partes. António Costa propôs à AR que aprovasse o uso obrigatório de máscara na rua e a instalação obrigatória nos telemóveis da aplicação 'stayaway covid'. Dito assim, o ditador Costa, foi comparado aos piores sistemas ditatoriais do mundo, essa esquerdalha malvada da China, Cuba, Rússia, Coreia do Norte e Venezuela. Porque, como se sabe, não existem nem nunca existiram ditaduras de direita. E mesmo enviando a proposta à AR, esse espaço ditatorial em qualquer país civilizado que se permita tê-lo como instituição mais ou menos democrática, não se livrará da fama.
Só que é assim? Não, não é bem assim. A proposta refere o uso de máscara obrigatória para pessoas com mais de 10 anos, nos espaços ou vias públicas, e sempre que o distanciamento físico recomendado pela DGS se mostre impraticável. Totalmente de acordo…
Quanto à aplicação, ou a app para os mais modernaços, a proposta é que seja obrigatória a sua instalação em contexto laboral ou equiparado, escolar e académico e por possuidores de equipamento que o permita. Ou seja, não se aplica aos reformados, não se aplica a quem não tenha equipamento compatível, não se aplica a muita gente que se apressou a criticar sem saber do que estava a falar. O normal, portanto.
Outra coisa bem diferente, é saber da constitucionalidade de tal proposta, e refiro-me só à que diz respeito à aplicação, porque quanto ao uso da máscara, tal questão não se põe. O estado de calamidade permite isso, e muito mais.
A instalação da aplicação, mesmo nos casos acima descritos, parece-me inconstitucional, e mais será a sua fiscalização por agentes de autoridade. Por isso, é que Costa se precipitou.
No entanto, muitos dos que se apressam a ir ao facebook dizer umas coisas, deviam estar mais preocupados com as definições de privacidade dessa rede social e de outras, do que com a aplicação 'stayawaycovid'. E já agora, instalá-la se tiverem bom senso. Não devia ser necessário ninguém sugerir a sua obrigatoriedade. Que, repito, é inconstitucional, na minha opinião, mesmo em período de estado de calamidade.
sábado, 3 de outubro de 2020
quinta-feira, 1 de outubro de 2020
terça-feira, 29 de setembro de 2020
Chega!
Eles andam por aí, mais do que se imaginaria, agora identificados numa
voz pela qual ansiavam e que lhes dá os motivos para espalhar o seu ódio contra
o regime. Uma horda boçal que não admite regras nem razões. À míngua de argumentos
e conhecimento, arrasam com ignorância tudo e todos, apontando o dedo a
qualquer falha do sistema sem nunca terem contribuído com nada que não seja o
bota-abaixo.
Mas o Chega
e a sua horda combatem-se com a falácia dos seus próprios argumentos, ou da falta
deles. É na política do populismo que se apanham as incoerências de quem está
disposto a tudo e ao seu contrário para ser eleito e tentar minar por dentro o
regime que o elegeu. Se uma das razões do voto é a insegurança social, exibe-se
o programa de que o Chega tem agora vergonha, onde se propõe a total
privatização do SNS e da Escola Pública, a desregulação laboral e a redução
drástica dos impostos para os ricos. O Chega que após ter eleito um deputado
andou a apagar e a emendar as incoerências do seu programa eleitoral. Se esse
voto é por causa do descrédito da política, confronta-se com a pensão vitalícia
que o porta-voz Sousa Lara recebia ou do candidato às europeias que é arguido
por alegada burla ao Estado.
Compreender as razões do voto na extrema-direita
é um grande passo para a poder combater, não lhe dando, no entanto, o palco que
não merece. As razões desse voto são variadas: o processo de globalização que,
tendo afastado a matriz social da ação política, expulsou milhões de cidadãos
da promessa de oportunidades de progresso; a crise financeira de 2008 com a
consequente retirada de poder aos Estados e uma
distribuição entre trabalho e capital cada vez mais desigual, o esmagamento das
classes médias, sem as quais a extrema-direita historicamente nunca vinga; e
uma crise de estadistas que tornou a manipulação muito mais fácil. Estamos a
falar de um novo tipo de extrema-direita, que hoje integra a agenda neoliberal da
elite económica e a que não é alheia uma comunicação social decadente, feita do
jornalismo do imediato e do direto.
Mas, mesmo
compreendendo as origens deste voto, a democracia não pode deixar de ser clara
nos limites que impõe. As democracias devem ser implacáveis sempre que estas
organizações tentem subverter as instituições do Estado, utilizem as forças de
segurança como escudo, ou usem, de forma anónima, as redes sociais para
espalhar o ódio e a difamação. A democracia e os seus intérpretes não podem
ceder à chantagem, populismo e manipulação. Armas de quem se aproveita do
desespero e da insatisfação, por vezes legítima, dos cidadãos, e a quem o
sistema não consegue dar resposta. Atuando neste domínio, o espaço para a
proliferação destes ‘bolsonaros’ fica reduzido. Quanto às redes socias, o
espaço é amplo para a libertinagem de expressão, e aí o combate faz-se com
desprezo, quase sempre.