quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Maradona

O mais genial de todos os tempos. O génio que mais me fez gostar de futebol... com quem aprendi a gostar de futebol, foi hoje sentar-se ao lado dos deuses. A fantasia e o sonho de um puto poder jogar como ele. A felicidade de o ver a dar toques numa bola. A alegria de o ver jogar com a alegria com que jogava. Tenho na memória uma infância/adolescência feliz, também por causa dele. E se me lembro! Que privilégio poder dizer que o vi jogar. Quando se perdem referências, perde-se um pouco de nós, e aquele Maradona foi um pouco de mim e de nós, os que gostam de futebol e não só. E de repente lembro-me de quem via esses jogos comigo. Do meu avô, do meu padrinho e do meu pai. Desses jogos e dessa magia. Lembro-me do Maradona, e de outros, mas sempre do Maradona. 'O futebol é a coisa mais importante dentro daquelas que menos interessam.' Arrigo Sacchi.

Dizem que ninguém ganha jogos sozinho, mas Maradona esteve perto disso. A mão de Deus seguida do golo de todos os golos. O golo do século, dos mundiais, de uma geração. O pé esquerdo de Deus.

A sua vida dava um filme? Vários. Durante a carreira de futebolista e depois dela. Há quem não gostasse, mas só da parte em que punha a boca no trombone. Com drogas ou não. Com álcool ou não. Com Fidel ou na luta contra a corrupção na FIFA. Mais à esquerda como o pé que tinha mais à mão. Imperdoável para os conservadores fofinhos. Imparável fora do campo como dentro dele. Sempre serei Maradona.
Diego não foi um exemplo como homem, viveu nos limites, tal como em cada finta em campo, mas nunca se escondeu, nem foi hipócrita. O jogador do século, com drogas ou máfia, foi aquilo que quis ser... loucos há muitos no futebol, génios não, só há um. Os outros, são os outros, e para mim vêm a seguir.
Percebo algumas piadas dos rapazolas que ainda têm a mania que mandam umas piadas, que ainda acham que mandam umas piadas, mas não entendo... sinceramente... alguns nascem para ser lendas, a maioria nem para uma nota de rodapé.
Até nisso, Maradona continua a ser diferente... ele que sempre foi diferente... melhor...



sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Lava mais branco

O branqueamento do fascismo está em curso. Pior do que isso, é feito por pessoas que não são fascistas, mas que por mero assalto ao poder ou revanchismo ideológico são capazes de normalizar partidos como o Chega.

Há sempre um 'mas'. O que ele disse (Ventura bem entendido), até é racista ou xenófobo, mas... será mesmo necessário facilitar assim tanto? Semana após semana, assiste-se à legitimação do Chega por pessoas de direita que vêm nele uma forma de revanchismo contra o PCP e o Bloco. É por assim dizer, uma nova forma de vingança ideológica. Só que a comparação para além de falsa, é demagógica e ofensiva para a democracia.

Quer historicamente, quer ao nível das propostas, a comparação é disseminada por quem não pode ser honesto intelectualmente.

Da destruição do SNS e da escola pública, ao cerco sanitário a uma etnia, à perseguição a uma minoria religiosa, à reversão da lei do aborto, e a tudo o que já sabemos da visão machista, racista e reacionária que caracteriza o fascismo, até à perseguição aos mais pobres, principalmente os beneficiários de RSI, numa visão redutora e sectária, a castração química de pedófilos e a prisão perpétua, e outras que tais, numa perspetiva de recuos civilizacionais como nunca antes visto, e que qualquer partido da esquerda nunca se atreveu tão pouco, mais ou menos, a propor.

O PSD nos Açores cruzou uma linha vermelha. No resto do país espero que não, se bem que já sabemos onde cairá Rui Rio se disso necessitar. Triste e perigoso porque ajuda a enfraquecer a democracia e mina por dentro o sistema de que estes populistas se aproveitam.


sábado, 7 de novembro de 2020

B(ye)den

Se há boas notícias em 2020, a derrota do populismo delirante, xenófobo e racista é uma delas. A América será 'great again'...