terça-feira, 10 de abril de 2012

Até quando?

O fim das indemnizações por despedimento para os contratos a prazo, assim como novos limites para a prestação de sobrevivência e de subsídio em caso de morte e a diminuição das indemnizações para os contratos sem termo são as novas grandes medidas do governo para relançar a economia e baixar o desemprego. Alie-se a isto a proibição das reformas antecipadas e o esbulho dos subsídios até 2015, feitas, como diria Louçã, "à ssssocapa", e temos uma estratégia digna de constar nas futuras enciclopédias de história, na parte 'Os grandes erros da economia do século XXI'.
É um desígnio nacional baixar salários para poder competir com os da China. Lembrando tão só, que os salários reais já estão ao nível daqueles de 1990...
O emagrecimento do Estado, que devia ser feito à custa da redução de 2/3 do lado da despesa, se é que alguém ainda se lembra disso, no último Orçamento rectificativo, já é feito do aumento de 3/4 do lado da receita. O que equivale a dizer que não houve emagrecimento do Estado.
Até quando?
Todas as previsões do memorando da Troika saíram furadas até hoje. No consumo público e privado, no PIB, no desemprego, no crescimento, no investimento, nas exportações. Já tinha sucedido na Grécia, e o empobrecimento e a austeridade deram no que deram lá, como vão dar aqui. Não resulta em lado nenhum. Mesmo no seio da Troika, FMI e BCE já não acham que faça qualquer sentido. Nos próprios EUA, Obama resolveu investir dinheiro na economia para combater a crise, voltando-se para as obras públicas e tudo o que lhe está associado, com resultados imediatos, e por isso vai sair da crise muito antes que a UE, com toda a vantagem que isso representa, para eles, obviamente. A recessão é o resultado inexorável da destruição da maior conquista do século passado, o estado social. Mas Passos e Gaspar gostam e aplaudem. Defendem até à morte o seu plano de guerra ao estado social.
Até quando?

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