sexta-feira, 8 de março de 2013

Hoje não dou flores à minha mulher

Hoje não dou flores à minha mulher. Dou-lhe o beijo de todos os dias. Hoje não dou uma boneca à minha filha. Encho-a com os beijos de todos os dias.
A mulher é como um gato. Felina e macia. Independente. Pode ser o êxtase e a loucura. E só uma mulher tem o poder de nos levar à loucura. As mulheres não exigem, ganham sempre. Sem contemplações, nem arrependimentos. Os homens quando exigem, ganham um frete  (dependendo do humor), mas perdem a mulher. Uma mulher que não é lembrada todos os dias não pertence a nenhum homem. Ter o amor de uma mulher é a realização suprema e a afirmação derradeira de qualquer homem. Da mãe, da mulher ou da filha. Em minha casa manda uma mulher, e só tem 14 meses de idade.
O dia de hoje representa a memória de todas as mulheres que lutaram e lutam para uma maior igualdade de género. Nada mais que isso e tudo o que isso representa. E só por isso merecem o seu dia. A mulher deve ser celebrada todos os dias. Se é verdade que ainda não foi atingida a plenitude dessa igualdade, e que em muitos países, nomeadamente os árabes onde tal nem sequer se concebe, também é verdade que o dia por si só nada mais traz de decisivo. Essa luta, que admito, ainda não está completa, quer ao nível das grandes decisões e também no nível salarial, não se resume a um dia. Aliás, o dia em si, é quase discriminatório. Vale, repito, pela memória das mulheres que lutaram para que hoje se possa afirmar que a mulher é, de pleno direito, igual ao homem. Não pode nem deve ser de outra maneira. Perdoem-me as mais feministas, que vejo como o oposto do machismo, próprios de quem quer ser mas não sabe. De quem precisa da afirmação frustrada de possuir um cérebro. Fundamental é a justa divisão de tarefas, e crucial o consenso gerador de respeito pela individualidade de cada um.
Uma última nota para a Lei da Paridade. Esta não nasceu a 8 de Março, nem por causa dele. Haverá de facto ou haveria de facto discriminação no acesso a lugares políticos? As feministas responderiam afirmativamente. Mas não me parece que assim seja, até porque ao observar atentamente os exemplos femininos que temos tido na esfera da política nacional e não só, muitas delas com posições de destaque e de liderança nas listas partidárias, não sinto que haja falta de oportunidades e abertura dos partidos às mulheres, desde que estas manifestem motivação.
Se considerarmos que a mulher é de facto discriminada no acesso à representação político-partidária, o que não me parece, então deveríamos implementar uma paridade efectiva e não o método das quotas, não se reduzindo a Lei a uma questão de sexo. Até porque, pode-se atingir uma solução perniciosa, e que consiste na atribuição de lugares só porque sim, independentemente do mérito ou motivação.
A todas as mulheres sem excepção...

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