segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Inocências perdidas

As crianças são o melhor do mundo. Ponto final, parágrafo.
E é incumbência moral superior de qualquer ser humano adulto, protegê-las. Proteger a sua inocência, para que cresçam saudáveis (mentalmente, bem entendido). São clichés usados por todos, mas que na prática, como em quase tudo é subvertido pelo que a espécie tem de pior.
A fotografia vencedora deste ano da World Press Photo, mostra em todo o seu esplendor o resultado da cólera humana que afecta sempre os inocentes. E os inocentes são as crianças. Quando uma imagem vale mais que mil palavras. O mundo de hoje não se compadece com o martírio e a infelicidade de crianças, que mesmo sobrevivendo a inúmeras causas e caos, nunca mais serão as mesmas. A sua inocência perdeu-se para sempre. Demasiado cedo. E ter que lidar com isso demasiado cedo, por ser tão incompreensível, alterará o seu futuro desenvolvimento.
Mas não se pense que no nosso quintal a matéria não se processa de igual forma. Não é necessária uma guerra para tirar a uma criança a alegria de crescer, e sobretudo de aprender a crescer.
O divórcio dos pais, sobretudo quando os progenitores usam os filhos como arma de arremesso, pode ser um catalisador de inúmeros problemas e patologias. Os casos que temos visto de pais que matam os filhos, para em seguida, na maioria dos casos, se suicidarem, é um gatilho de egoísmo e loucura inexplicável.
Os EUA são os recordistas de perda de vidas e inocências, quase sempre infantis, pois que ocorrem em escolas, um dos principais pilares da educação de todo e qualquer ser humano. A 2ª emenda à constituição americana justificava-se há 150 anos (1871), quando os EUA ainda não eram um estado federal coeso, e a sua guerra civil ainda estava fresca. Já todos vimos inúmeros westerns. Hoje em dia, a emenda só se mantém, escandalosamente, devido ao lobbie das armas. A NRA (National Rifle Association) continua a defender o acesso e uso de armas por qualquer cidadão, ainda que sejam armas de guerra. Após o massacre de Newton veio defender o uso de armas pelos professores e contínuos, afim de se poderem defender de um assalto armado. Põe a questão ao contrário. A principal questão é a de jovens, e muitas vezes crianças, terem acesso a armas. E o porquê de as usarem. A doença mental não explica tudo. Se um doente mental não tiver acesso a armas, é mais que provável que daí não resulte um qualquer massacre.
É dever de todos proteger as nossas crianças, porque quer se queira quer não, são elas que conduzirão o futuro, que já por si se lhes apresenta sinuoso. Se a sua inocência infantil não as ajudar a um crescimento saudável e orientado, então a nossa missão falhou, e o futuro será cada vez mais incerto. As crianças de hoje serão os líderes de amanhã. E esses hoje já não são muito recomendáveis...

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