sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

A queda de Gaspar

Vítor Gaspar tem queda. A queda do PIB estará, de novo, acima do que tinha sido previsto pelo governo. A recessão será também o dobro do previsto pelo governo. E o Orçamento para 2013 só tem 50 dias! Quando ainda nem são conhecidos os números relativos ao mês de Janeiro, atrevo-me a dizer que o descalabro nas contas será ainda maior. É a chamada espiral recessiva. Como sucessivos são os erros nas previsões. Um relatório do FMI já se pronunciou sobre os efeitos multiplicadores das medidas de austeridade. Um relatório que já levou a Grécia a pedir a renegociação da sua dívida e das suas metas. Que teimosamente o governo português não quer aproveitar. Seriam tão somente €15 mil milhões! E um alívio anual na ordem dos €1.200 milhões! Nem mais tempo, nem mais dinheiro. Diziam. Após assumir, outra vez, o falhanço das contas, Vítor Gaspar, pasmem-se, não se demitiu. Um ministro das Finanças que não sabe fazer contas é o mesmo que um juiz que nada sabe de direito ou da lei. É um perigo e um desrespeito para os cidadãos que vivem com cada vez maiores dificuldades, por isso, e por causa disso. Assumiu, pelo menos a sua incompetência, e já fala em novas datas para o cumprimento das metas. Mas sempre adiantando que não se trata de renegociação. Até vir a ser e chamar-lhe outra coisa qualquer.
Mais falências, menor receita fiscal, mais cortes nos serviços públicos, muito para além dos €4 mil milhões anunciados e travestidos de refundação do Estado. Aumento do endividamento público, défice incontrolável, mais desemprego e pobreza. O buraco é cada vez maior e mais fundo. E o pior é que Gaspar tem queda. É uma tragédia grega, mas à portuguesa.
A fantochada da ida aos mercados, com as costas quentes e juros mais altos dos que os praticados pela troika é uma encenação para papalvo e alemão ver, enquanto a economia e o povo se afundam no poço.

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