segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Os Portugueses dos Açores e da Madeira

Os Açores e a Madeira sáo duas regiões, que pela sua situação geográfica gozam na nossa Constituição de autonomia política e administrativa. Não há aqui novidade para ninguém. Como também não é notícia dizer-se que ambos arquipélagos integram o território português e por isso se regem pelas suas leis e Constituição.

Ora, nos últimos dias assistimos incrédulos à rábula das compensações financeiras, que o Presidente do Governo Regional dos Açores, Carlos César, decidiu implementar aos funcionários públicos açoreanos, que fossem alvo de cortes salariais. À falta de solidariedade da medida, conseguiu juntar uma dose populista e arrogante, que em nada serve a coesão nacional, tão necessária no momento que o país atravessa. Será de perguntar ao Sr. Carlos César se a medida também se aplica a ele. Mas, muito pior que isso, é termos ficado a saber que o Governo da Nação não tem poder para travar a medida e assim fazer aplicar a lei em todo o território nacional, de forma equitativa. De pouco adianta Sócrates vir dizer que lamenta a decisão do Governo Regional e que não concorda com ela.
Pelo contrário, o PSD nada diz ou comenta há anos!, sobre as atoardas separatistas e fascistas do cacique que governa a Madeira. A semana passada brindou-nos com mais uma das suas pérolas, e passo a citar "Ou o continente aprova a revisão constitucional, ou a Madeira irá repensar o seu futuro e a sua integração nacional." Ora, o continente não é outro país, o Sr. João Jardim refere-se a Portugal continental, e a revisão constitucional que ele refere é a feita à sua medida, não pode ser outra. Isto é a democracia da Madeira. Já não há paciência! Será que todos os Portugueses da Madeira pensam assim? A afirmação encerra ameaças de separatismo gravíssimas. E já não é a primeira vez.
Só por curiosidade, a Madeira vai receber do Orçamento de estado do 'continente' para 2011, 200 milhões de euros, a que acrescem 50 milhões para a reconstrução das zonas afectadas pelo temporal deste ano, e ainda vai ver aprovado pelo 'continente' um quadro comunitário que ultrapassa os 1000 milhões de euros para o mesmo efeito. Será que a Madeira sozinha tinha capacidade para tal? E então que dizer da construção sem regras, sem plano, sem licenciamento e ilegal que contribuiu de forma decisiva para o descalabro que se viu? O cacique, obviamente, sobre tudo isto nada diz.
É chegada a hora, e porque a revisão constitucional vai mesmo ser feita, de discutir a autonomia sem fim nem limites que se goza nas regiões autónomas de Portugal. Talvez até integrada num projecto de regionalização, bem feito, e para todos, Açores e Madeira incluídos.

3 comentários:

Mário Barreira disse...

Andas sempre com a mesma conversa, já sabemos que não gostas do Alberto João, mas gostava de ouvir a tua opinião sincera sobre o Carlos César, versando sobre alguns pontos:
1 - Em que medida o dos Açores é diferente do da Madeira, se também o consideras cacique.
2 - Em que medida as palavras de César contra a presidência da república são ou não insultuosas e agridem a coesão nacional, para não falar da falta de respeito pela instituição e pela cara da instituição.
3 - Em que medida todos nos vamos pagar estes subsídios.

A Madeira e Alberto João podem ter muitos defeitos, e muitos dos que indicas-te são verdadeiros, mas agora responsabilizar o Alberto pela má gestão urbanisticsa como causa de em 1 hora ter chovido quese o que chove num ano é um salto sem justificação, e como se viu a solidariedade nacional funcionou na perfeição ai como em outros lugares onde existem desastre naturais, e relembrar que má gestão urbanistícas existe em todo o país, e onde quer que haja uma desastre o estado e todos nós devemos estar sempre prontos a ajudar.

Pedro Castanheira disse...

Isto acabava se a Madeira e os Açores deixassem de ser Portugal. Talvez os senhores de lá, com umas ameaças separatistas, começem a tremer, porque na verdade eles sem as nossas abençoadas ajudas não teriam evoluido tanto (nem Madeira, nem Açores estariam na UE...havia de ser lindo!!!), e até no caso da Madeira estar no patamar das regiões menos necessitadas, a par da região de Lisboa e vale do Tejo. O problema é que neste País, por causa dos votos, ninguém tem coragem de trepar nos calos destes tipos.

marco disse...

Perdão pela feitura de um comentário tão "out of time"... mas problemas de agenda não me permitiram ser mais célere.
Não me quero alargar muito neste 1ºcontraponto, mais acréscimo que outra coisa qualquer, porque se fosse só para contrariar, mais valia ter o meu próprio blog.
Quanto há questão das autonomias, não vejo grande razão, nem sentido para as limitar (assim deixariam de o ser). A questão é: - Ou se é autónomo (planeia-se,faz-se gestão e assumem-se os riscos) ou se é dependente. As duas coisas, é que parece ambíguo.
Em relação ao Carlos César, penso que em primeiro lugar deve responder aos anseios de quem o elegeu (essa é uma das premissas da democracia)não me parece que se deva condenar quem não queira pagar por erros que não cometeu. Sinceramente se eu pudesse escolher, também não daria 5% do meu salário para corrigir "erros do mercado". E não me parece que a decisão dos administradores da PT ( tb com deveres de lealdade política) de repartirem os antecipadamente os dividendos, tenha causado tanto celeuma e gerado tantos comentários de "antisolidariedade" com os esforços da crise.
Porém amigo, a realidade será outra... Já há quem se queira desmarcar do governo Sócrates. Só quem o fizer se poderá apresentar de futuro a votos.
Estar associado ao Sócrates, é o mesmo que estar colado à Ferreira Leite. Puro suicídio político.
Hasta.