sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

A saga continua

O ataque continua... Podia ser o título de um filme, mas é o resumo da realidade em Portugal.
O governo persiste na sua política cobarde de ataque a tudo o que é Estado e do domínio público. Para atingir os objectivos da sua agenda liberal e ajustar contas com o passado do Estado social, utiliza um esquema vil e cobarde, que consiste na pré publicação de estudos mais ou menos encomendados, ou então, anunciando a catástrofe para depois ceder nalguns pontos e atingir o objectivo inicialmente previsto.
Assim foi com o relatório do FMI, que, sabe-se agora, foi instruído com dados e premissas fornecidas pelo governo. Muitos deles errados, quase todas assentes no processo de intenções que define o esquema estritamente ideológico deste governo. Assim aconteceu também em sede de concertação social. Estranho no entanto a complacência do FMI com este estilo. Não me espanta a falta de confiança agora demonstrada pela UGT. Os primeiros ao arrepio do que têm dito até à data, inclusive pela sua presidente Lagarde. Os segundos enganados pela sua ânsia de protagonismo.
Hoje mais um estudo. O aumento significativo de portagens. Sem coragem para propor as suas medidas draconianas, o governo escuda-se na sua estratégia Relvista de terraplanagem, de dividir para reinar. A TSU, a RTP, a TAP, a reorganização territorial e autárquica, as Comunidades Inter-Municipais, o mapa judiciário e agora as novas portagens.
O novo estudo tem como único objectivo, sacar mais 250 milhões de euros, aos de sempre, afim de serem os de sempre a pagar as pseudo-negociações das PPP's anunciadas com toda a pompa. Mais um embuste. E cortes na despesa nem vê-los... No parque empresarial do Estado, de institutos e fundações inúteis, já nem das PPP's como agora se vê e que tanta propaganda mereceu... Os estudos sobre o impacto na economia das regiões afectadas e das populações fica para mais tarde. Afinal, o que é que isso interessa, se a economia é recessiva, ou se há desemprego, ou se as pessoas emigram. Interessa é financiar bancos de casino e falidos e apostar na lotaria dos juros, como os 3 mil milhões de euros perdidos em esquemas financeiros por parte de empresas públicas.
Um estudo sério, acerca das funções do Estado, sobre que Estado querem os portugueses, de que tipo, etc., aberto a uma real discussão e à sociedade civil poderia ser uma óptima oportunidade para de uma vez por todas termos um Estado mais igual para todos e sustentável, mas isso também exige um compromisso sério de verdadeira comunicação e diálogo, num espírito leal de verdadeiro serviço público em prol do bem comum. Terá que ficar para outra oportunidade, e necessariamente para outro governo, se até lá ainda houver Estado e país...

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