segunda-feira, 25 de junho de 2012

É tudo mais ou menos normal

A ERC absolveu Relvas de responsabilidade criminal (só um tribunal o poderia fazer), dizendo que a sua conduta não foi ilícita, mas altamente reprovável, no campo ético. E no político, digo eu. E então, fica tudo na mesma? Como se nada tivesse acontecido?
A ERC cumpriu a sua função, ou seja, nenhuma... a ERC não regula coisa nenhuma, e enquanto os seus membros continuarem a ser nomeados pelo poder político, a sua isenção equivale a comer fruta podre. Tanto agora, como no passado.
A jornalista e a direção do Público, que já se demitiram, inventaram uma cabala contra Relvas... será? Só pode ser essa a conclusão. E Relvas telefonou à jornalista para a pressionar acerca de umas pequenas incongruências que esta terá detectado aquando da primeira chamada à AR do ministro, e pretendia, pois, noticiá-las. E quando esta o confrontou, Relvas telefona-lhe mais cinco vezes (consta da deliberação da ERC). Tudo perfeitamente normal...
Relvas mentiu deliberadamente na comissão da AR, e o governo que faz? shiiiuuu. E Passos Coelho? shiiiuuuu... Um ministro mente numa comissão da AR, e continua a festejar golos da seleção no camarote VIP? Perfeitamente normal...
Só acho curioso, ver determinados sectores e senhores, calados como ratos, quando no tempo de Sócrates apregoavam aos sete ventos, esses guardiões da moralidade, da mediocridade da democracia e da liberdade de imprensa e de expressão em Portugal.
Neste país tudo é mais ou menos normal, tudo é mais ou menos banal, mude-se a cor e a estampilha, e que a festa continue. A coerência não vem no nosso dicionário.


PS- Dois anos de Despertares. Parece que foi ontem... obrigado a todos.

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