terça-feira, 18 de outubro de 2011

O combate do século

Pedro Passos Coelho é um desportista fantástico, um atleta profissional de alto gabarito, com uma direita poderosa e um estilo moderno e liberal, não é nada fácil de derrubar. O boxe que pratica é de alto rigor técnico, transformando-o num dos melhores da actualidade na sua categoria.
Aliado a isso, ter como agente Miguel Relvas, que lhe assegura uma estratégia de combates mais ou menos fáceis, intercalados com um ou outro do seu nível, permitiram-lhe assegurar a posição de imbatível nos dois últimos anos. O treinador, Ângelo Correia, é uma raposa velha, habituado à lide, ex-boxeador e levou o seu pupilo ao colo até ser o primeiro. O saco que utiliza é da marca Vítor Gaspar. Muito resistente e maleável.
No combate com Ferreira Leite, Passos nem precisou de 2 rounds, basicamente a estratégia do seu agente e do seu treinador garantiram-lhe a vitória.
O combate com Sócrates, foi o mais difícil da carreira até ao momento, mas mais uma vez a estratégia dos seus homens-sombra foi fundamental. Negaram a Sócrates o combate até este estar desgastado... Deixaram que Sócrates combatesse primeiro com os canhotos, Jerónimo e Louçã. Aproveitando o momento, num combate assente em falsas premissas (o combate ficou para a história como o PEC IV), Passos derrubou um Sócrates visivelmente desgastado ao terceiro round.
Passos Coelho chegava a primeiro, após uma intensa preparação de anos a fio. O seu treinador finalmente tinha um número um.
A seguir veio o murro no estômago que levou Passos ao tapete pela primeira vez. A agência de rating Moody's é um opositor feroz, que já tinha derrotado Sócrates, mas desta vez o promotor e ex-boxeador Cavaco ajudou Passos a voltar ao ringue, mais feroz que nunca.
A seguir veio a segunda ida ao tapete. João Jardim, um veterano, experiente e sabido atacou o ponto fraco de Passos, o estômago, mas Passos conseguiu recuperar. Copiando o estilo de Cavaco, conseguiu passar incólume, deixando a João Jardim o título regional.
Foi então que os homens de Passos lhe arranjaram um combate mais fraco, no entanto muito mediático, para Passos voltar à ribalta. Seria contra a classe média portuguesa. E ao fim do primeiro round já Passos tinha dado três murros no estômago e um gancho de direita bem no meio do nariz da indefesa e descuidada classe média. A mesma que até tinha apoiado Passos no combate contra Sócrates.
Vem aí no entanto, um combate bem mais duro, o Povo. A princípio diziam que era brando, mas isso revelou-se um logro, mais uma estratégia para o tentar diminuir. No entanto, o Povo começa a ganhar músculo, inteligência e já não se deixará enganar pelos ganchos de direita de Passos. Os próximos combates do Povo, contra a Troika e contra Passos serão decisivos. Ou o Povo regressa a número um onde já esteve, ou é derrotado e termina a carreira. Eu aposto no Povo. Mas aposto pouco.





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