segunda-feira, 18 de maio de 2015

A queima dos fusíveis

Bem sei que está calor. Que veio de repente, sem aviso. Mas isso não justifica por si só a queima de fusíveis generalizada em Portugal. Tem especial incidência nas pessoas com menos neurónios disponíveis, ou naquelas que os têm à disposição mas não conseguem usá-los em número suficiente.
Refiro-me obviamente às imagens a que todos tivemos acesso centenas de vezes, de um par de miúdas a dar estalos e pontapés num miúdo, e mais recentemente de um comandante da PSP a agredir gratuitamente um adepto do Benfica em frente aos filhos menores e ao pai que por sua vez também foi agredido.
Quanto ao primeiro caso, tratando-de de menores, a verdade é que a adolescência, por muito estúpida que seja, não pode justificar aquele ato cruel e desumano. As jovenzinhas só fizeram o que fizeram porque tinham as costas bem guardadas por pelo menos mais três rapazes, valentões e cagarões. Noutra situação bem podiam enfiar no rabo o 'não se bate em mulheres'. Se fossem minhas filhas, bem podia vir a segurança social e a proteção de menores, que dois ou mais estalos no focinho ninguém lhes tirava... Nos dias que correm confunde-se muito liberdade com libertinagem... o excesso de distrações não deixa tempo para a educação.
No segundo caso, nada menos que o despedimento por indecente e má figura me contentarão. Não vejo ali um simples adepto de futebol. Vejo um pai agredido e detido em frente aos filhos por um macaco de farda. O pânico do miúdo mais novo é excruciante. O murro dado ao avô dos miúdos mostra um homem de cabeça perdida, frustrado e sei lá mais o quê, que devia estar a fazer tudo menos zelar pela nossa segurança. A tentativa de inventar uma cuspidela é uma mentira em sua defesa que não pode passar disso mesmo, uma tentativa. E por isso mais severamente punido deve ser. A polícia não mente, apesar de todos sabermos que sim. Principalmente quando tem o rabo preso. Aliás, vejam bem o ridículo da situação, o adepto benfiquista levou os filhos para fora do estádio em busca de segurança e acabou por ser agredido por essa mesma segurança... Se a PSP, os tribunais e o MAI nada fizerem, e os inquéritos servirem apenas para tapar olhos, sem consequências nenhumas, temo que a fogueira em Portugal comece a alastrar. Se um país deixar de confiar nas suas instituições e nas pessoas que é suposto protegerem-nas, esse país fica em perigo. E o perigo tem vindo a adensar-se... à espreita de uma oportunidade. A justiça faz-se nas televisões, na política mandam as finanças e por isso já ninguém confia na política. Só faltava agora termos que guardar os guardas...

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