sábado, 5 de outubro de 2013

Machete

Rui Machete, ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, é, em poucas semanas o novo 'Relvas' do governo. Após a mentira sobre as ações que detinha no BPN e na SLN, que não deu queixa crime porque a maioria parlamentar assim não quis, veio agora, num ato perfeitamente provinciano, pedir desculpa ao governo de Angola por causa de alegadas investigações a altos dirigentes daquele país africano.
Se pedir desculpa porque os nossos meios de investigação e os nossos tribunais funcionam, para todos, sejam eles quem forem, já era suficientemente grave, mais grave se torna a violação de vários princípios (constitucionais como não podia deixar de ser), entre eles o da separação de poderes, que como se sabe, é coisa que os angolanos não conhecem. A ditadura encapotada que rege Angola, resolveu lavar o seu dinheiro em Portugal. Em nome do investimento e do provincianismo tacanho, alicerçado no pedantismo, o governo português permite tudo, desde que caiam uns trocos a favor da redução do défice, e ainda que isso signifique vender o país a estrangeiros cujos valores assentam no respeito pelos direitos humanos e democráticos, como sejam a China e Angola. É por isso normal que num país nivelado pela mediocridade, angolanos e chineses, pensem que podem fazer como nos seus países, em que impera a corrupção e a desigualdade, e em que a liberdade de expressão e de imprensa simplesmente não existem e a justiça só é aplicável a quem tente contrariar o status quo. Aliás, neste momento a política que este governo prossegue e persegue já esteve mais longe de conseguir equiparar Portugal ao que de melhor se faz nos países nossos 'amigos investidores'. A memória é curta entre nós, mas lembro-me dos rios de tinta que correram com o 'escândalo' da venda de computadores à Venezuela (computadores! e não empresas).
Machete, é uma marioneta nas mãos de rapazolas insensíveis à pátria e aos valores do primado da lei e da constituição. É um oportunista, que depois de reformado, quer a todo o custo, pôr mais uma medalha ao peito. A medalha vai assentar-lhe mal no fato. É uma medalha verde e viscosa, vinda da expectoração mais nojenta que a política portuguesa cuspiu após o 25 de Abril...
Fazia falta o verdadeiro Machete para aliviar e esventrar toda a porcaria...

P.S.- Hoje é dia 5 de Outubro, mas como não houve bandeira hasteada ao contrário, e nem sequer é feriado, deixou de ser notícia. Assim vai a República...

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