quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Desconcertação social

1- João Proença, líder da UGT, diz que assinou o acordo mais penalizador de sempre para os trabalhadores em Portugal, porque foi ameaçado pelo governo e persuadido por activistas da CGTP, que por sua vez abandonou as negociações. Várias associações sindicais pertencentes à central sindical que João Proença 'lidera' vieram dizer que não se revêem na posição assumida por este.  A meia hora de trabalho extra que o governo deixou cair, foi claramente uma subtileza negocial de pedir o impossível e aceitar o pretendido. João Proença não se apercebeu. Não foi enganado, foi incompetente. É sempre de desconfiar de sindicalistas de carreira, retrógados e acomodados. Que protegem o próprio 'emprego' em vez de proteger o dos outros, como era suposto. Os patrões estão felizes e isso resume tudo.
Passos Coelho veio, claro está, congratular-se com o alcançar de mais um objectivo da sua agenda neo-liberal. Mas, com uma ressalva, meteu Cavaco ao barulho ao anunciar a sua discreta participação no 'negócio'. Assim como uma criança que é apanhada na traquinice, e imediatamente, quando questionada, acusa logo 'não fui só eu!'. Tem, no entanto, um mérito, conseguiu dividir para reinar.
Agora é que a competividade e o emprego vão finalmente entrar nos eixos. Para além de ser altamente improvável, será feito á custa dos trabalhadores. Mais incerteza, mais desconfiança, menos direitos, mais desigualdade, com a consequente maior subjectividade e discricionariedade para os patrões e a baixa acentuada dos salários e indemnizações por despedimento, até chegar a um nível mais ou menos chinês, se calhar com contratados chineses. Portugal sem portugueses é bem mais fácil de governar. Emigrem portanto. Pormenores sem importância para quem vive de reformas acumuladas com direitos adquiridos.

2- O novo PS de conflitos e oportunismos, com falta de liderança mais que óbvia, e onde uns poucos ressabiados pouco democratas decidiram pedir a fiscalização sucessiva no Tribunal Constitucional das medidas do governo de cortes dos subsídios, assim como uma espécie de solidariedade pouco solidária com o Banco de Portugal e a CGD. E as medidas podem até ser declaradas inconstitucionais, mas o PS, com ou sem declarações de voto, viabilizou o Orçamento de Estado que as instituiu. Basta atentar nos nomes dos subscritores: Alberto Martins, Paulo Campos, o grande estadista e livre pensador José Lello, entre outros, e todo o grupo parlamentar do BE. 

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