Se quiserem uma analogia, é só dar uma vista de olhos à imundície do império do australiano Rupert Murdoch, ao escândalo do 'News of the World', à sede de poder e lucro a qualquer custo. O costume. Neste caso com 4000 vítimas de escutas criminosas, que já não se fazem apenas quando houver uma intervenção judicial. Mesmo que assim fosse, as escutas são uma nova forma de terrorismo. Judiciais ou não. Quando não são judiciais é pior. A instrumentalização da opinião pública, a notícia que não era, mas que passou a ser porque milhões a vão ler, a falta de limites, a mercantilização no final das contas. O problema está na falta de limites de quem escreve, ou na falta deles de quem lê? Ambas são a face da mesma moeda. Murdoch não olha a meios, e num último desenvolvimento digno de um filme de 007, a principal testemunha do caso 'News of the World' apareceu morto. Como no livro da outra, 'Não há coincidências'... Murdoch é um criminoso, ainda não sei de que tipo, mas sempre usou os seus jornais e televisões para obter poder e dinheiro, que vêm sempre associados, com interferências e promiscuidades com o poder político, de Tatcher a Blair.
O quarto poder é cada vez mais primeiro, e perigosamente, cada vez mais se confunde com ele.
E desengane-se quem julgue que no nosso bairro nada se passa. O folhetim Bairrão, com o SIS à mistura, e supostas, eventuais e alegadas pressões de uma jornalista do jornal '24 horas', refiro-me a Manuela Moura Guedes, deveria alertar-nos para os perigos da comunicação social, sobretudo quando está ao serviço de um qualquer Murdoch.
Se a propaganda ao serviço do Estado é perigosa, ao serviço de grupos privados pode ser caótica. Seja como for, esse ainda não é o caso da Lusa. Até quando?
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