terça-feira, 2 de novembro de 2010

O ridículo em Estado de sítio

O país está a saque! Manda quem pode, obedece quem deve...sempre ouvi dizer. E, como diz um amigo meu, manda quem paga. Ora, quem paga são os banqueiros - todos vimos o circo da reunião destes com Passos Coelho pressionando-o para deixar passar o Orçamento - , pudera, não há medidas que os controlem, nem tão pouco que os penalizem neste Orçamento para 2011...e além do mais, 1 em cada 5 ex-governantes foram, são ou serão quadros destes grupos financeiros.
Manda Bruxelas, que nos diz o que fazer, que faz Sócrates passar de animal feroz para um cordeiro envergonhado, naquele Conselho Europeu escandaloso da semana passada. Manda a Alemanha que paga, esquecendo-se que foram os outros a pagar a sua reunificação e o seu défice excessivo entre 2003 e 2006, quando todos eram obrigados e ainda conseguiam mantê-lo dentro dos parâmetros da convergência. Onde está a igualdade entre estados desta União Europeia? Cada vez mais se assiste ao domínio Franco-Alemão em que uns são pequenos e outros são PIGS. Não auguro nada de bom no futuro europeu, que se queria federalista e não elitista. Onde está o modelo social europeu?
Assistimos também às negociações entre Catroga e Teixeira dos Santos, para quem acha que foram negociações. Não passaram de jogo político, calendarizadas à medida de cada partido, com truques de campanha pré-eleitoral, para ver quem ficava melhor na fotografia. Catroga tem a sua no telemóvel...ridículo.
E que dizer de um Conselho de Estado que serviria para pressionar os partidos a um entendimento, quando ele já existia? E que dizer das declarações de Cavaco imediatamente a seguir...inédito e...ridículo.
Assim como ridícula foi a apresentação de Cavaco da sua recandidatura...às perguntas retóricas e modestas por ele colocadas do tipo "Como estaria Portugal hoje sem os meus avisos?", "Como estaria Portugal hoje sem a minha magistratura de influência?"; eu respondo: IGUAL! O professor de economia e presidente da República é inócuo, inábil - todos se lembram da trapalhada das escutas em Belém e da promulgação da Lei do casamento homossexual - e de memória curta. ´Nos últimos 25 anos ele foi primeiro-ministro 10 anos e Presidente da República 5 anos. Também é responsável quer queira quer não, apesar de conseguir passar sempre entre a chuva, ainda não percebi bem como.
E que dizer de Branquinho, deputado do PSD que abandonou o parlamento para integrar os quadros da ONGOING, sim essa, que ele na comissão de investigação ao caso PT/TVI não se cansou de questionar: "Quem é a Ongoing?", "O que fazem?", parece que agora já sabe...cheira a mudança no poder e os cães têm que ir saber do osso...ridículo.
E que dizer dos juízes e procuradores da República que acham que não são cidadãos iguais aos outros e por isso não se pode cortar nas suas ridículas regalias?

1 comentário:

antónio magalhães disse...

Roger, desta vez não concordo inteiramente contigo... É certo que o resto da Europa aguentou a Alemanha na recuperação entre 2003 e 2006, mas se se fizerem contas ao dinheiro que a Alemanha recebeu dos outros membros da UE e o que já disponibilizou para os outros, certamente pagaram muito mais do que receberam, ao contrário de nós, por exemplo. É óbvio que a UE não é perfeita, mas daí a dizer que não há igualdade ou que é elitista e não federalista, ainda vai muito. Não podemos analisar as coisas só pelos últimos dois anos, nem só pelo que nos interessa e afecta. Quanto aos políticos portugueses e a sua politiquice, já não há palavras no dicionário para os descrever... temos mesmo de recorrer ao calão.