sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Sangue, suor e lágrimas

É oficial! Portugal saiu da recessão. A espiral recessiva acabou, o PIB cresce há dois trimestres consecutivos, as exportações batem recordes. O Ronaldo marcou à Suécia. O sol brilha. O país rejubila de satisfação. Nem segundo resgate, nem programa cautelar.
Temos que continuar a trilhar o caminho do bom aluno. Flexibilizar o trabalho, baixar os salários, despedir a função pública, principalmente esses professores todos que teem a mania que querem emprego. Nem que para isso se invente um exame, e, humilhação das humilhações, pago por eles.
Há que extinguir tribunais, estações de correios e repartições de finanças. Acabar com a escola pública, com os hospitais e pode ser que assim as pessoas emigrem e até a taxa de desemprego desça. Com o OE para 2014, cortando nas pensões, reformas, salários e em tudo o que mexa e seja público, pode ser que o PIB cresça quase 0,5%. E aí sim, a vitória do capital sobre o trabalho será total. A vingança será consumada e finalmente o Estado, social e não só, será reduzido à sua insignificância. O novo paradigma será enfim uma realidade. Afinal os países não precisam de pessoas para nada. É retirar-lhes a esperança e toda a migalha que se atirar será vista como uma benesse dos céus. Para completar o ramalhete só falta mesmo alterar a Constituição, esse chorrilho de direitos, liberdades e garantias que coarta toda a governação dos homens bem intencionados.
0,2 % de crescimento do PIB é ainda assim melhor que nada. Pena é que seja pago com sangue, suor e lágrimas. Keep calm, 2014 vai ser pior...

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