sexta-feira, 16 de março de 2012

Semana Horribilis

António Perez Metelo disse esta quinta-feira que o vice-presidente da Comissão Europeia, Olli Rehn, veio a Lisboa deixar uma mensagem clara: que Portugal não deve sair do curso que está a percorrer neste momento.
Então não veio cá fazer nada, digo eu. É que já todos sabemos que este governo, custe o que custar, mesmo contra os avisos do avisado Cavaco Silva, vai continuar o seu plano de austeridade e empobrecimento. Depois não se queixem de falta de lealdade. Quem vos avisa...
Os jogos de poder no governo estão ao rubro, com o enredo a surgir à volta das energias e do QREN. O Álvaro que veio do Canadá, e não percebe do país nem de política, foi ultrapassado pelo Gaspar, que quer ser o primeiro Primeiro-Ministro tecnocrata português. Assim o ajude o Relvas, que é quem mexe os cordelinhos e já tirou ao Álvaro o desemprego jovem e as privatizações. O 'super-ministério' do Álvaro foi um nítido erro em nome da demagogia, que começa a dar frutos, e que vai custar a cabeça do elo mais fraco e também do mais sobrecarregado dos membros do governo.
Quanto ao Secretário de Estado da Energia, que queria acabar com as rendas usurárias da EDP, teve que se demitir, e depois ainda obrigaram o pobre Álvaro a ir fazer aquele papel ridículo à AR, como se estivesse numa discussão de café. Mas eu até percebo, já fazia parte do pacote comprado pelos chineses, senão provavelmente já não compravam. Repare-se como se está a tentar pagar dividendos de 2011 a quem ainda não era dono da empresa. É um pacote parecido com o do BPN, que por sinal até vai ter duas comissões de inquérito, daquelas que nunca dão em nada. Já que há duas, pena é que não se utilize uma para a SLN.
Registei com apreensão a falta de preparação de Passos Coelho no caso Lusoponte, a primeira PPP, criada por Ferreira do Amaral, de que é agora presidente. Mesmo após cinco dias de intervalo sobre a notícia do duplo pagamento, ainda conseguiu ir à AR gaguejar com uma singela pergunta de Louçã!
Registei também com desagrado as mentiras de Nuno Crato sobre os números da Parque Escolar. Um desmentido era o mínimo exigível, para não ser desmentido como o foi pelo IGF.
Para terminar uma semana desastrosa, mais umas quantas excepções aos cortes salariais ou dos gestores públicos. Desta vez na TAP, após as da CGD e do Banco de Portugal, seguir-se-ão a ANA, a RTP e todas as que forem para alienar.
Cada vez mais, este é um governo à imagem do de Durão Barroso e Santana Lopes... se é que ainda alguém se lembra desse governo... é que o de Sócrates toda a gente conhece.

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