quinta-feira, 30 de abril de 2015

O desespero dos 'garçons'

O desespero latente no seio do governo face ao relatório macroeconómico apresentado pelo PS conseguiu pôr o PSD e o CDS a comportarem-se como oposição. No dia em que apresentava o plano de estabilidade e crescimento no parlamento, Portas e companhia, mas principalmente Portas, usou todo o tempo disponível para criticar o documento apresentado pelo PS. E nem uma palavra sobre o seu, que era o que se discutia. O documento para a década do PS suscitou o aplauso quase generalizado, a juntar aos elogios provenientes de alguns sectores do quadrante do PSD.
Com algumas dúvidas aqui e ali, é certo, mas com a certeza porém que não se trata ainda do programa de governo que será apresentado no início de Junho, a política impôs-se em Portugal, e para isso bastou apresentar um caminho alternativo com medidas alternativas e efectivas.
O desespero cresceu e as veias latejantes do PSD impuseram um comportamento nunca antes visto em qualquer governo. O PSD que suporta a maioria, logo se apressou a levantar dúvidas e sugestões e resolveu enviar ao PS uma carta com 29 perguntas, como faria se estivesse na oposição, na lúgrube tentativa de dizer ao país que sabe do que está a falar e que já tinha pensado sobre o tema. Mas não, os temas foram-lhe finalmente impostos e a alternativa impôs-se por si só. Não satisfeito, o PSD e o seu garçon de serviço, Marco António Costa, propuseram submeter o documento socialista à Unidade Técnica de Apoio Orçamental. Agora ameaça que se o PS o não fizer que os próprios o farão, inclusivé em sede de AR. Nunca antes visto. Poderemos estar a assistir ao início da auditoria prévia de programas de governo. A diferença, é que este documento ainda não é um programa de governo.
Se dúvidas houvesse acerca das propostas socialistas, o comportamento do PSD veio dar-lhe a legitimidade toda. Elementar meu caro Marco António...

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