sexta-feira, 17 de outubro de 2014

O último suspiro

Ei-lo que chega assim de rompante. Vem com pressa, mas tímido. Aparece a vaguear como um soluço que não acaba. É o 12º a chegar. Diziam que estava diferente, mais arrumado, limpo dos pecados do passado. Esperançoso no futuro. Que traria o brilho de um novo amanhã. O brilho do sol que a todos iluminaria.
O anúncio da chegada foi passando em surdina com rumores de desentendimentos entre os seus pais. Apregoou-se a boa nova em todos os sectores e até os pais mostraram o sorriso dos felizes.
Mas eis que chega, manco e despenteado, curvado pelo peso de milhões de almas às costas. Afinal o 12º é pior que os anteriores. Puseram-lhe a fasquia do salto em altura ao nível de um prédio de 3 andares. Impossível. As metas não são realistas e alguém há-de pagar. O verde que se anuncia é mais um aumento encapotado do mesmo teor que os outros já haviam anunciado. As novidades rapidamente deram lugar à desilusão já experimentada. O sorriso fechou-se e o soluço regressou. Alguém há-de pagar, diz. O 12º chegou e pesa ainda mais que os outros.
O 12º Orçamento de Estado deste governo é o último suspiro de um moribundo.


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