sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Está tudo doido

Aconselha o bom senso que as pessoas só falem daquilo que sabem, e ainda assim, principalmente no caso de serem titulares de órgãos públicos, a falar com prudência num discurso que se exige esclarecedor.
Ora, a histeria colectiva que se vive em Portugal e na Europa é um caso do foro psiquiátrico que não deixa espaço a uma discussão sadia sobre o papel do país na Europa e do Estado no e do país. Enquanto se vai empurrando com a barriga, toda a atoarda propagandista serve para camuflar a realidade. Vai desde um vice primeiro ministro que a pretexto de classificar e enaltecer a grande obra feita nas exportações, recorre a um porta-aviões figurativo, ele que viu um processo de submarinos afundar-se nas entrelinhas do nosso sistema de justiça. E como nós sabemos! que o desempenho das exportações ou o aumento do consumo privado nada tem a ver com algo de concreto que este governo tenha feito, mas antes se deve ao que o TC desfez. Ainda Portas se preparava para desenvolver a propaganda eleitoralista de baixa de impostos em 2015, sublinhando assim o milagre económico anunciado por Passos Coelho que permitiria uma saída limpa (ou suja conforme o ponto de vista), e já o FMI e a Comissão Europeia desfaziam com os pés toda a narrativa que se desenhava no governo e partidos da maioria. Um valente puxão de orelhas nos meninos de coro e até aqui bons alunos que já se preparavam para afrouxar o cinto e voltar aos pecados de antigamente. Assim como quem diz que a supervisão parental vai continuar. O relatório da troika afirma ainda que a austeridade é para manter por muito tempo e ainda urge baixar mais os salários, anunciando um corte de 3 mil milhões de euros para este ano que ainda ninguém tinha descoberto. O empobrecimento que está a destruir o tecido social e empresarial do país é para manter, por mais que se faça mea culpa. Os soluços da pequenada ainda se ouviam quando apareceu o líder da bancada parlamentar do PSD, Luís Montenegro, a dizer que "a vida das pessoas não está melhor, mas a do país está muito melhor", como se fosse possível um país sem pessoas. Mas é nisto mesmo que eles acreditam, chegando até ao desespero de, com o intuito populista de disfarçar as medidas menos boas, inventar coisas no memorando inicial, para assim conseguir sacudir a água do capote imputando-as ao Sócrates do costume. Assim sucedeu com o mapa judiciário.
Mas há mais, desde a esquizofrénica proposta de Assunção Esteves de pedir a mecenas para patrocinar as comemorações dos 40 anos do 25 de Abril, passando pela absurda proposta de Seguro de criar um tribunal especial para grandes investidores e acabando na CPLP que irá permitir a entrada na comunidade de um país que tem um regime ditatorial e sanguinário e onde se fala tudo menos português (Guiné Equatorial), em troca de 150 milhões de euros para o BANIF. Quero ver o escabroso Acordo Ortográfico a ser assinado e ratificado pela Guiné Equatorial, e assim será assinada de vez a sua sentença de morte que já começou a ser escrita pelo Brasil. Tudo está à venda e está tudo doido...

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