terça-feira, 12 de abril de 2016

O elefante no meio da sala


João Soares foi o nome mais contestado na constituição do governo. João Soares não se demitiu, foi demitido. Foi demitido por António Costa aquando do puxão de orelhas público nas televisões, quando disse que um ministro nem no café se pode esquecer da sua condição. Quando pediu desculpa aos visados, por quem até tinha estima. Quando não disse se mantinha a confiança no ministro. O caminho ficou mais curto e com um único trajecto.
João Soares nunca soube distinguir o cargo que ocupava dos seus humores, ódios e amizades. Foi arrogante, tal como já tinha sido na demissão pública de António Lamas do CCB. Ameaçou dois cronistas com duas bofetadas, e não contente, não se destratou. Quando fez o que fez, e porque representava o Estado, foi o Estado que ameaçou. Foi o governo que não respeitou a liberdade de expressão. Não podia haver outro desfecho. E pelo nome do substituto a demissão foi mesmo bem vinda. Acabou com o elefante no meio da loja de porcelana, e ainda conseguiu que a alternativa fosse bem melhor.
Agora João Soares já pode dar as bofetadas que entender...

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