sexta-feira, 18 de março de 2016

A geringonça e a caranguejola


O PSD de Passos está desorientado, perdido na sua auto-comiseração, afundado no fel revanchista que não consegue ultrapassar. O seu líder, que perdeu recentemente a muleta mais leal (Portas), ainda não percebeu que o futuro já lhe passou a perna, e que se não arrepiar caminho passará por dificuldades enormes. A falácia do medo, e o medo do sucesso da esquerda reunida, toldam-lhe as decisões. Decisões que ficam para memória futura e que já não têm forma de voltar atrás.
Ao mesmo tempo que se discute a ética do novo cargo de Maria Luís, com defesa de Passos, assistimos também pela primeira vez no parlamento, ao definhar niilista do maior partido da oposição.
Os votos contra tudo e contra todos, até contra medidas do próprio PSD enquanto foi governo e que agora continuam, é a mais pobre e triste vendetta pueril.
Substituir o combate pela inocuidade pode dar a médio prazo mau resultado. Para Passos, bem entendido. E, como se não bastasse, também pela primeira vez no parlamento, o maior partido da oposição não apresentou uma única proposta de alteração ao Orçamento de Estado, que acabaria aprovado por toda a esquerda, e até com algumas medidas aprovadas pelo CDS/PP, agora com Cristas ao leme.
Depois chegou a hora de votar a ajuda à Grécia e à Turquia para a situação dos refugiados. Um compromisso internacional do Estado português. Regressando uns meses no tempo, é de recordar o discurso exaustivo da coligação e do ajudante Cavaco sobre respeito pelos tratados e compromissos internacionais, na altura usando a estratégia do medo do bicho papão da extrema esquerda.
Pois o PSD absteve-se...
Entre chumbos, abstenções e faltas de comparência, este PSD e o seu líder afundaram de vez o seu discurso com uma actuação ridícula, revanchista e inútil.
A geringonça vai rebolando, a caranguejola está de patas para o ar...

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