sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

“Não há nada mais parecido a um fascista do que um burguês assustado.” - Bertolt Brecht

Crescimento:
PSD e CDS: previsão de 1,7% mantendo austeridade (deixou país com crescimento ZERO no 3º trimestre de 2015) e baseia-se principalmente nas exportações que, como se sabe, irão diminuir em 2016 devido ao agravar da conjuntura externa. "Especialistas" dizem que está bem.
PS: parte do cenário base da comissão e faz previsão de 2,1% com estímulos no mercado interno (devolução do que foi roubado). "Especialistas" dizem que é irrealista.

Défice Estrutural:
PSD e CDS: previram descer em 2015 de 0,9% para 0,5%. Derrapou para 1,3%. "Especialistas" falam em rigor.
PS: prevê descida em 2016 de 1,3% para 1,1%. "Especialistas" exigem explicações e falam em incumprimento das regras.

Défice Público:
PSD e CDS: prometeram que a austeridade já era passado, ao mesmo tempo que iam a Bruxelas falar em défice de 1,6% em 2016... depois de 4 anos seguidos com derrapagens monumentais. "Especialistas" batiam palmas à seriedade.
PS: reconhecem que com a menor austeridade, o défice não desce tão depressa. Prometem passar de 3% para 2,6%. "Especialistas" falam em ato de fé e que agora é que a coisa vai derrapar.

Parece que alguém anda com muitas saudades dos tempos da austeridade, alguém se acagaça com o simples vislumbre de que um programa progressista, humanista e socialista possa ter êxito. Alguém tem ansiedade de que a fúria europeia caia sobre o reino e vergue à chicotada os comunas que ousam pensar que as pessoas não se contabilizam como os juros. Uma simples carta da Comissão Europeia dá azo a todo um manancial de hecatombes que levará sem qualquer apelo ao apocalipse. Uma carta encarada como um chumbo prévio em que apenas se pedem esclarecimentos. Uma carta que nada tem a ver com os ultimatos que a mesma CE enviou ao anterior governo por causa do Banif. Uma simples carta que Itália, Espanha e França também receberam. E com a qual a Espanha limpou o rabo. Foi só dar uma vista de olhos nos países da UE que cumprem o acordo orçamental e as metas do défice e chegou à conclusão que eram para aí três ou quatro. Aliás quando entram em ação as agências de notação, as tais que estiveram na antecâmara da grande crise internacional de 2008 e que ninguém reconheceu até 2011, tenho a certeza que por detrás delas está um homem a acender charutos cubanos importados com notas de cem dólares.
Até o grande economista e pensador Soares dos Santos vem dizer que Costa anda a comprar os portugueses. E di-lo sem se rir, o que é espantoso.


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