quinta-feira, 26 de junho de 2014

And meanwhile....

Enquanto uns cada vez menos cerca de 10 milhões esperavam em terras lusas que o "sol girasse", desta vez prós lados de Vera Cruz...
Um pequeno grupo esperava um outro milagre: a extinção do TC.

A esse grupo, deixo o aviso:
 - Eu detesto tanto as vossas agressões, quanto vocês detestam os meus direitos!


quarta-feira, 25 de junho de 2014

Quarto aniversário inconformado

No dia do quarto aniversário deste blogue dá-me cá uma saudade das manifestações de polícias... De rezar baixinho para que partissem aquela merda toda, com o apoio declarado de quem estava lá para os guardar. Dá-me uma vontade enorme de ir à manifestação dos advogados do dia 15 de Julho na mesma escadaria (vou estar ausente do país, na Madeira)... E partir aquela merda toda... Uma manifestação inédita e só possível pela merda que se esconde atrás daquela escadaria... Que esconde uma ministra ignorante, arrogante e... fico-me por aqui. Que vontade de lhe apertar as bochechas e acordá-la da ressaca permanente em que parece viver... Que inveja dos brasileiros que se manifestam na rua e partem aquela merda toda... E fico-me por aqui... Que ânsia de pegar nos Portas e nos Coelhos e enfiar-lhes um Correio da Manhã pelo goela abaixo... Ou por outro sítio acima... O presidente do Sporting é que sabe descrever bem o sítio... Porque o Correio da Manhã só serve por ali acima... Que incontinência de pregar com o Tózézinho Seguro na Coreia da Norte e esperar que lhe façam a justiça que ele apregoa... À pequeno líder coreano... Que pena o meu país ser assim, comezinho, malabarista, incompetente, impotente, miserabilista, e o que mais me dói na alma, conformado.

sábado, 21 de junho de 2014

Hermano, que te puedo yo decir?

- Deixa lá, vais ver que ficas melhor.
Afinal de contas está bom de ver que não vai resultar. Parece-me demasiado forçado, se cada um seguir o seu caminho serão mais felizes e olha que ela não era para ti....
O quê??? Não, não é para ti Felipe, eu estou a falar para a Espanha!

Bem sei que somos daqueles vizinhos de prédio de 10 andares, mal nos conhecemos. Mas eu consigo ouvir-te entre  paredes, sei que programas vês, que música ouves, quando te deitas, e depois olha, eu tenho mesmo esta mania das afinidades, daí os "nuestros hermanos", o "povo irmão", a "língua mãe".
E dou-te este conselho: - Livra-te desse Felipe!
Também tivemos há uns tempos três desses e foi uma verdadeira chatice. Para nos livrarmos deles, lá mandamos a "roupa suja" janela fora...

Nunca percebi o mérito da sucessão. Não compreendo as virtudes da Monarquia nem a sua aceitação em povos de Democracia consolidada. Porque raio terá alguém o direito de me chamar de súbdito, apenas por ser filho de outro alguém?
Por cá e apesar dos resquícios mais visíveis da monarquia serem ou um autocolante na parte traseira do automóvel decadente de alta cilindrada, invariavelmente na cor "state deep blue" ou a bandeirinha pendurada na janela a contrastar com as restantes verde rubras, ainda prevalece alguma defesa à sucessão em detrimento do valor do trabalho.
Que razão terão os novos liberais e conservadores, apregoando aos quatro ventos o valor do mérito e do empreendedorismo, ao castigarem  o trabalho e quem trabalha de forma  tão brutal? Será que não existe mérito no trabalho? Será que o único mérito merecedor de premeio é o de ser-se filho ou suceder a alguém ou a algo?

VIVA A REPÚBLICA!!!

quarta-feira, 18 de junho de 2014

A minha folha excel


Gosto de futebol. Não menosprezo o futebol por ser um tema menor. Não me armo em intelectualóide que despreza o jogo e as emoções que desperta. Emoções inexplicáveis a quem não sente e vibra com o jogo.
Em todas as grandes competições de futebol (v.g. europeus e mundiais), costumo fazer download e usar uma folha excel, daquelas que mostram os jogos todos e os horários. Depois à medida que preencho os resultados, o ficheiro actualiza-se automaticamente, quer no quadro lateral com os grupos, quer nas subsequentes fases, aparecendo os nomes das selecções apuradas e de quem joga contra quem até à final.
Antes de a competição principiar faço sempre um exercício especulativo e ao sabor daquilo que me parece que irá ser o resultado dos vários jogos. Preencho os resultados todos até à final. E o resultado final é sempre o mesmo. Portugal é sempre campeão da europa ou do mundo.
A realidade é sempre mais imaginativa. Não acerto na maioria dos resultados dos jogos. E nunca me lembraria de pôr a Espanha a perder por 5-1 contra a Holanda. Pela mesma razão tive muita dificuldade em preencher o quadradinho com um 4 para a Alemanha e um 0 para Portugal.
Depois vêm as desculpas, culpas e teorias da conspiração. Já ouvi dizer que na selecção só joga quem cujo empresário for o Jorge Mendes. Não acredito. Mas sei outras coisas. Sei que um terço dos jogadores foi para o Brasil lesionado. Sei que a escolha do estágio nos EUA serviu para a FPF meter mais uns milhões no bolso à pala do CR7. Sei que Campinas fica a milhares de km dos sítios onde jogamos, obrigando a deslocações mais ou menos longas de avião. Sei que a FIFA vai tentar levar ao colo as grandes selecções até às fases mais adiantadas. Sei que não vamos ser campeões do mundo... Mas, porra, pelo menos joguem à bola e não nos envergonhem...

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Um país adiado 2


Ontem, e por causa dos 'inconseguimentos' de Portugal, e do início do mundial de futebol no Brasil sugeri que a bola a rolar vai manter os portugueses alheados e distraídos pelo menos um mês. Um país adiado.
Mas enquanto que aqui no nosso rectângulo, a ordem é para cortar a eito no Estado social, pondo-se agora em marcha, e após o chumbo do TC, cortes de salários feitos no tempo de Sócrates, e que motivaram até um pedido de desculpas por parte do actual primeiro-ministro (lembram-se??), no Brasil o povo sai à rua para contestar os gastos pornográficos em estádios inacabados e impostos pela ditadura majestosa da FIFA. O Brasil passou a última década a encurtar distâncias entre ricos e pobres e conseguiu baixar o índice de pobreza em mais de 50%, tornando-se um país emergente a potência mundial. A política reguladora do Estado, o fomento de estratégias e do crescimento económico, o controlo da despesa e da inflação, o aumento dos apoios sociais e do salário mínimo deram poder de compra aos mais desfavorecidos e elevaram a economia brasileira para o terceiro maior crescimento mundial em 2013. Dilma só teve que seguir, e seguiu, o plano Lula. Mas os milhões a mais exigem sempre uma mudança de paradigma. A crise financeira troikiana e pré-americana teve na base a distribuição de lucros pelos mais favorecidos. Que melhor sítio para o fazer senão nos sítios onde está o dinheiro. Bancos, correctoras, agências de rating, seguradoras, imobiliárias, no fundo a bolha capitalista. No Brasil foi a FIFA. Até ver...
O povo sentiu-se traído e sai à rua para reivindicar mais Estado social, mais educação, mais saúde, mais investimento, melhores salários, enfim, o que seria normal numa sociedade avançada porque mais igual... Os mais de 400 mil milhões de euros investidos equivalem a três vezes o nosso PIB anual. A FIFA, com o beneplácito de Dilma Rousseff adiou também o Brasil. A grande diferença é que por lá não se habituaram a ser serenos e a comer e calar...

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Um país adiado

Segundo Freitas do Amaral, as primárias no PS serão ilegais. Segundo José Manuel Meirim, as eleições para a Liga Portuguesa de Futebol foram ilegais. Segundo o Tribunal Constitucional, os últimos orçamentos de Estado são inconstitucionais.
Não querendo ir ao fundo da questão, e não pondo em causa nem os especialistas supra citados (apesar de tender a concordar com eles) nem opiniões divergentes, sobra a pergunta:  o que é que esta gente toda anda a fazer?
Portugal continua a ser um país adiado. Um país de jogos de bastidores, de tricas e malabarismos, sempre em nome do poder e da vaidade pessoal.
O que vale é que hoje começa o mundial e durante um mês tudo isso passa para segundo ou terceiro plano, dependendo das prestações do CR7... (e não!, não vou tecer qualquer comentário ao desmaio de Cavaco nas celebrações do 10 de Junho). 


P.S.- Nas vésperas do quarto aniversário deste blog, é uma honra poder partilhar este espaço com o meu amigo Marco Chaves, que em boa hora aceitou o meu convite. 'May the force be with you, ma friend!'

quarta-feira, 11 de junho de 2014

“The privilege of making the wrong choice”

Gosto de dias compridos, de noites que entram tardiamente e da ambiguidade do que os separa.
Que belos festins se fazem por estas alturas…
Não foram eles e a influência que sobre mim exercem e talvez não tivesse dado um sim repentino, qual noivo de St.º António e por-me aqui a escrever.
Recordo dias passados em cima de uma BMX quitada ao sabor do parco orçamento e da necessidade mais premente de arranjo, com um qualquer parceiro, o “Huckleberry Finn” de serviço e partir em deambulação pelo vale, sendo que o que vestiria a pele de “Tom” nesse dia, seria o que tivesse a ideia de fazer corta mato pela serra, passar a rasgar pelo meio das hortas, ou saltar a vedação para fazer uma corrida de bikes pela pista do aeródromo. Aliás, não existe melhor local e época para apreciar o esplendor da chegada da noite do que a pista do aeródromo em plena veiga. É só deitarmos-nos sobre o alcatrão aquecido pelo sol, e… Just Watch !!!

O título do meu primeiro post neste blog é inteiramente dedicado ao seu fundador e ao convite que me endereçou. Fica a provocação e o meu sentido abraço de amigo.
Como podem imaginar aqui não reinará a bicefalia. Não acreditamos nisso! (altura de colocar um smile, já que a conotação política é evidente, porém não encontrei nenhum com gravata).


Deixo ainda indicação de que o título deste post, pertence ao nome de um álbum de uma extinta banda portuense, os ZEN, recomendo vivamente a revisitação do mesmo já que muito ficou por contar.

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Constituição, uma questão de pormenor


Nada melhor que trocar os juízes de um tribunal quando as decisões não agradam. A maioria governamental não sabe governar com a Constituição do seu país, o que já diz muito da sua competência. Mas o problema maior é a montante. O governo não sabe governar, ponto.
Passos Coelho e a maioria escolheram a seu bel prazer os juízes do TC a que tinham direito, numa negociação legítima e prevista na CRP. Só não estavam à espera é que os juízes cumprissem o mandato que lhes foi incumbido, e pasmem-se, passassem mesmo a defender a Constituição em vez do programa do governo.
Quando a governação se torna impossível por violação constante da CRP e da lei, talvez fosse melhor mudar de rumo ao invés de sugerir mudar de juízes.
Imagino só a algazarra na justiça, se cada vez que uma decisão de um determinado tribunal (soberano!?) não agradasse a fulano ou a beltrano, estes decidissem pedir a aclaração da sentença ou acórdão (não é Henrique Monteiro?) e exigissem a substituição do juiz ou juízes em causa, para prevenir uma futura decisão mais favorável... A isto chama-se irresponsabilidade, numa tentativa fútil de ganhar tempo, e que pode até ser punida criminalmente. E não é a CRP que o prevê. A não ser que se ponha em causa também o Código Penal. Já não me admiraria... De outros, por bem menos, se exigiu a sua responsabilidade criminal... Já agora, a aclaração, foi, segundo julgo saber, eliminada do nosso sistema jurídico por proposta de Paula Teixeira da Cruz. É no mínimo irónico.
A questão da separação de poderes, da independência, dos princípios e das normas e afins são questões de pormenor... para alguns...

quarta-feira, 4 de junho de 2014

O António melhor


É incrível como em apenas 23 minutos, com um discurso fácil, harmonizador e assertivo, António Costa consegue dizer mais e de forma mais esclarecedora do que Seguro num ano inteiro...

segunda-feira, 2 de junho de 2014

A porta da rua é serventia da casa

A posição de Seguro de tentar a todo o custo impedir a realização de um congresso do PS nada tem que ver com princípios ou estatutos se Seguro estivesse convencido de uma vitória.
Mas Seguro sabe que já perdeu o país e que muitos dos eleitores tradicionais do PS preferiram votar no Marinho e Pinto. Seguro sabe que perdeu o país e mais tarde ou mais cedo perderá o PS pondo fim à sua ambição de chegar ao poder.
A rábula das primárias mais não é do que uma fuga para a frente, tentando ganhar tempo que o país e o PS não têm.
Seguro pode adiar uma vitória de António Costa mas não conseguirá adiar o seu fim político. A razão pela qual as pessoas não vêm no PS uma alternativa é a mesma pela qual não vêm no governo uma solução. E daí a pancada no centrão nas últimas eleições europeias. Foi esta a conclusão de Costa. É esta a conclusão do país, agravada pelo discurso da vitória 'esmagadora' de Seguro na noite das eleições e que não passou de uma vitória pírrica. Ou será que Seguro já não se lembra da oposição interna que fez a Sócrates? E vem agora falar de traições...
Se a actual liderança é tão defensora das regras estatuárias em relação ao PS porque razão não revelam os mesmos bons princípios em relação ao país? Aceitando Seguro participar em negociações com o PSD que tinham como contrapartida a realização de eleições antecipadas à margem dos princípios constitucionais?
Se Seguro é tão defensor das regras, como explica que tenha ido ao Tribunal Constitucional pedir que este declarasse os cortes dos vencimentos inconstitucionais e depois tenha apresentado um programa de governo ridículo em que mantém os cortes mesmo depois de declarados inconstitucionais e quando o próprio governo já programou a sua eliminação progressiva?
Se no passado Seguro defendeu a participação dos simpatizantes do PS na eleição do líder porque razão blindou os estatutos para proteger a sua liderança e agora esconde-se atrás desses estatutos para manter a liderança sem ter de enfrentar os adversários?
Seguro acha normal que o PS que durante a campanha eleitoral foi o mais visado pelo PCP e que se aliou à direita para derrubar o seu governo decida agora anunciar o voto favorável a uma moção de censura onde se combate aquilo que se designa como «o retrocesso económico e social a que conduziu a política de direita executada nos últimos 37 anos por sucessivos governos»? É normal aprovar moções de censura antes de as ler? E classificar essa moção como "um frete ao governo" e depois votá-la favoravelmente?
E será normal haver um candidato a primeiro ministro e ao mesmo tempo um secretário geral, numa bicefalia que tão bons resultados tem dado no BE?
A bem do país, a garotada tem que ir embora. A do PS, a do governo, e o PR que jurou defender a Constituição e nada diz sobre a tentativa persistente de a contornar por um governo fora da lei. Um governo, que para além de outras medidas, leva 3 orçamentos inconstitucionais em 3 possíveis.